sexta-feira, abril 23, 2010

magia de um ipod!

Há coisas que me deixam estupefacta como simplesmente ter o meu ipod em shuffle, ir dar um passeio enquanto fumo o meu cigarro e o gajo injectar-me com tudo que eu, sem saber, gostaria de ouvir.


Começa com Starálfur dos Sigur Rós… Inicio com um “que bem que se está a caminhar com este tempo que nem chove, nem faz calor, nem faz frio.” Pensamento longe, com nada de especial ou de concreto, apenas atenta na magia do som que estes senhores criam e nas emoções que segundo a segundo vão despertando.


Depois, altera o “mood” para They gave you a heart, they gave you a name dos Ladytron... Alto - aqui fico mais introspectiva - o ipod confronta-me com outra realidade. Este álbum ouvi-o numa fase mais 8 ou 80 da minha vida, em viagens fora de hora a meio da noite, rumo a perdição, quase que perdida na tentação… Ainda assim, a medida que ouço, perco-me entre a música e as memória, entre a mensagem e a lição aprendida.


Bom, o ipod parece adivinhar e emenda a seguir com a Bright Lights dos meus Placebo. Aqui, confesso, sorri para ninguém e olhei ainda para o céu, a sorrir, antes de entrar no prédio. Este álbum apresenta igualmente uma fase da minha vida, um quanto posterior a anterior e bem mais leve… Placebo no entanto é o que eu chamo de “terapia” e não tenho como, (nem quero, não me atrevo e nem conseguiria) explicar o que isso poderá querer dizer.


O que eu chamo mesmo de “cereja no cimo o bolo” é a música com que me presenteia quando, no meu 11º andar e enquanto olho pelo meu terraço, me descalço – Galapogos dos Smashing Pumpkins… Ora música que ouvi e vivi, longos anos atrás, nesta mesma zona da cidade, neste mesmo bairro… E agora aqui, anos depois, nostálgica a olhar para a minha escola secundária e a lembrar quando era uma menina!



Agora permitam-me, há coisas fantásticas não há?

sexta-feira, abril 16, 2010

página em branco



Tenho a história, tenho as personagens, tenho os factos, tenho os argumentos...


Só me falta começar a escrever!
E vontade não falta :)

Veremos...





"intro" as "once upon a time"
(que é bastante apropriada)

terça-feira, abril 06, 2010

Estou a tentar expulsar-te antes de realmente entrares...

É hoje que escrevo sobre ti...

Quer dizer... entras sem pedir permissão, desarrumas a casa e instauras o caos.
Tentei de todas as formas possíveis retirar-te do caminho antes que isto pudesse começar a "incomodar"...
Para quê?
Em cada tentativa minha, uma investida tua...
(eu disse-te que estava bem sozinha)

Com tanta mulher a tua volta, mas põe quantidade nisso... não, tinhas que parar logo a minha frente!
Para?
Ego ferido por ter alguém que não caiu a primeira ou a segunda investida??? Tão mítica e tão velha essa... Até cansa!


Banalizar... banalizar... banalizar!
Banalizaste as palavras... gastaste-as antes do tempo.
Disseste tudo o que eu queria ouvir, criaste situações lindas e dignas do "meu filme de cinema"... antes do tempo... tudo antes do tempo...


Hoje percebo que da mesma forma que quebraste as minhas defesas, deixaste-me revoltada.
Não me fizeste nada de especial, é certo... o meu lado drama queen está (e como está!) a gritar-te aos ouvidos e isso eu confesso!

Porque?
Porque pela primeira vez percebi que... se não te falar, estranho.

E repara que não me importa minimamente quem és ou o que fazes... Também não sou de me preocupar de onde vens ou onde estiveste ou até mesmo o que fizeste... Preocupa-me para onde vais - "Não me importa onde estiveste, desde que saibas para onde vais".

Isto deve, digo eu, fazer-te confusão.
Porque de tudo que "gosto" em ti... o que menos gosto, ou melhor dizendo, a que menos ligo e mais me deixa insegura, é essa tua parte que está tão exposta... Aliás de certo que já notaste o meu embaraço em algumas situações.


Enfim, não te conheço e contra mim mesma perdi a luta do não te querer conhecer.
Não, não considero isto uma conquista... Não sei porquê!

Acho que não faço muito sentido naquilo que estou a escrever... Nem poderia... Estou contudo a tentar.


Quero te dizer apenas que TU... tu tens aqui a bela oportunidade de parar com este "nada de nada" que parece um "tudo e tudo e tudo" se isso não passar de um capricho teu.
Porque simplesmente não estás a ser rejeitado... Já chegaste até mim de certa forma!

Este "tudo e tudo e tudo", deixa-me agora rapidamente recordar,... está presente nas entre-linhas, em meia dúzia de palavras, nas sms fora de hora, nos abraços e demonstrações loucas de puro afecto - tipicamente tuas acredito! -... deixa-me dizer-te que FOI AQUI que encontrei alguém dentro de ti fazia a diferença... na simplicidade das pequenas coisas. Sim, foi aqui que começaste a fazer-me sorrir.

Mas eu não sou essa princesa que tu insistes em ver, ou que se não vês, insistes em me fazer sentir... E ainda que não seja a tua intenção e seja somente uma má interpretação minha, o facto é que não sou! Não sou alguém especial. Como poderia ser? Baseado em quê?
Pelo menos... não é nisso que eu acredito!
(faz-me sentir que estão a insultar a minha inteligência... e repara como eu sei distinguir até certo ponto o racional do afectivo... Sei que há coisas que não se explicam, sentem-se... eu que o diga agora!).

E agora... agora deu um nó! Ou seja... fodeu!

E mais não digo... se é que disse alguma coisa... mas sinto que já te escrevi demais!



Aliás, digo sim... digo (sobria) que "gosto de ti" **

quinta-feira, abril 01, 2010

figurino errado

- De que vale a cena de cinema um dia sonhada se com o figurino errado?
-"Figurino errado?"
- Então, não vês?
Pára e procura as palavras correctas que a sustentem nesta teoria.
- Não? - insiste ela.
- Repara, se o filme é teu, se és inclusive autora e dona da própria história, diz-me: porque irias então escrever a história "errada"? Diz-me também se acreditas no que disseste.
Ela nada pronuncia, encolhe os ombros e é absorvida pelo silêncio.
- Nada temas. - acrescenta - Mesmo quando falhas estás a caminhar em frente, sabes bem disso.
- Será que realmente estou?
- Olha para trás e diz-me tu.
Antes que ela pudesse reagir, levou o braço ao ombro dela, apertou-o suavemente e olhou-a com ternura e firmeza.
- Vive, caralho!
Sorriu-lhe, deu dois beijos na face e preparou-se para ir embora.
- Obrigado! - disse quando ele estaria já a abrir a porta.
Sem interromper o movimento de sair pela porta, volta-se e acrescenta amigavelmente - "Ora, ambos sabemos que eu não fiz rigorosamente nada. Beijo." - fechando de seguida a porta.