Estava já de malas feitas e preparada para partir até que decidi olhar para trás.
Não, não consigo abandonar ainda este meu "cantinho" onde, apesar de tudo que lhe injectei e da constante "desarrumação", me sinto em casa.
Volto atrás, encosto então as malas num canto e sento-me.
Sem pressa. - o tempo pode esperar ou ainda que não espere e esteja constantemente a passar, tenho tempo - Como dizia o grande Saramago "não tenhamos pressa, mas não percamos tempo".
É aqui que um a um, escrevi e/ou arrumei capítulos da minha vida. Tenho alguns ainda em cima da mesa, alguns desses até nem sei (até hoje) o que lhes fazer... já mais que escritos, editados, reeditados, que não prestam, que já não servem, que nunca percebi ou que nunca fizeram lá muito sentido...
Se eu equiparar isto ao meu armário aqui do quarto, vejamos: imensa roupa sendo que uso praticamente sempre a mesma, que representa uns 15% do que lá vai; existe depois todo o resto que simplesmente "ocupa espaço", que sei que existe mas por algum motivo não escolho para desfilar no meu dia a dia, ou que ja nem me lembro que existem (saiu-me agora um "olha esta t-shirt!!! a quanto tempo!" - acontece muito só me lembrar delas quando me aparecem a frente, alias acontece-me isso não só com a roupa, mas não vamos perder agora o sentido a coisa). Ou seja, se me tirassem essas roupas do armário o mais provável é que nem desse por ela, logo que não me fizesse sequer falta. E vantagem? Espaço para mais roupa, adoro a ideia digo já!
Portanto o mesmo acontecerá a esses capítulos que por demasiado tempo ocupam desnecessariamente a secretária da minha vida. Hoje pego num caixote e mando tudo lá para dentro. Vantagem? Mesa livre para poder escrever capítulos do início sem papeis soltos que me desviem sequer a atenção.
Esta ideia cativa-me... Olho pela janela e espreguiço-me com vontade enquanto penso um "e sabes que mais, vai ser já!"
Sempre tendo pressente o - "não tenhamos pressa, mas não percamos tempo"
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